domingo, 24 de agosto de 2008

ANALISANDO O TEXTO - GESTÃO DEMOCRÁTICA NA E DA EDUCAÇÃO: CONCEPÇÕES E VIVÊNCIAS.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS)

FACULDADE DE EDUCAÇÃO


Analise do texto: Gestão Democrática na e da Educação: Concepções e Vivências.

(Isabel Letícia Pedroso de Medeiros – Maria Beatriz Luce). Analise de Marcos S. Martins.

Segundo o reconhecido intelectual português, Boaventura de Souza Santos (2002), existem dois tipos de democracia no mundo ocidental, a Liberal e a Socialista ou Marxista.

Na democracia liberal, uma elite política comanda a massa, pois considera que para assumir cargos políticos existe a necessidade de especialistas, principalmente nos processos administrativos, esta parte da democracia liberal é denominada de Representativa, onde a elite governa em nome de um todo idealmente homogêneo e de um suposto consenso.

O segundo tipo de democracia liberal é a de democracia participativa e popular. Esta democracia é inclusiva, permite direitos iguais a pobres e ricos, não distingue raça, sexo, deficiência. Sua concepção é baseada na convivência humana, a qual deve ser mediada por uma “gramática democrática”, a qual provoca rupturas positivas e indeterminações, através do exercício coletivo e participativo do poder político.

Para Bordenave (1994, p.8): “Democracia é um estado de participação”, isto é: aquela em que os cidadãos, ao sentirem-se fazendo parte de uma nação ou grupo social, têm parte real na sua condução e por isso tomam parte na infindável construção de uma nova sociedade da qual se sente parte. A comunidade participa das decisões, vivenciando a tomada das mesmas, fazendo política junto aos seus representantes, buscando seus direitos através do voto, sendo assim, entendemos a participação como uma necessidade humana e como um elemento primordial da vida política contemporânea.

Contudo existem “participações” e “participações”. Conforme Popkewitz (1997), pois às vezes sem se perceber, a sociedade (os cidadãos), estão sendo utilizados como massa de manobra, pensando estar votando algo, quando estão fazendo a vontade de grupos políticos, servindo ao interesse da elite. As regulamentações e interpretações administrativas que parecem surgir de ninguém, mas que têm sua elaboração centralizada no governo ou em determinado setor da sociedade. Neste caso, São utilizadas e estratégias de controle, regulação e convencimento que acabam por produzir confinamento da democracia a uma prática que não questiona quem delibera, mas sim, conforma-se com a aplicação e fiscalização das deliberações.

Para Demo (1999), é através da participação que a promoção pode se tornar autopromoção, projeto próprio, co-gestão. Já que dentre muitas propostas de participação, principalmente nas iniciativas de governo, encontramos processos camuflados e sutis de controle e repressão. Para que isso não ocorra, os governos devem ter uma diligente autovigilância, coibindo sua tendência controladora.

Nas escolas podem-se praticar as distintas formas de participação, de democracia; logo se pode promover ou restringir a inserção dos indivíduos em espaços sociais além dos que lhes seriam “previstos ou autorizados”.

No discurso pedagógico, a “gestão democrática da educação”, está associada ao estabelecimento de mecanismos institucionais e à organização de ações que desencadeiem processos de participação social: na formulação de políticas educacionais; na determinação de objetivos e fins da educação; no planejamento; nas tomadas de decisão; na definição sobre alocação de recursos e necessidades de investimento; na execução das deliberações; nos momentos de avaliação. Esses processos devem garantir e mobilizar a presença dos diferentes atores envolvidos nesse campo, no que se refere aos sistemas, de um modo geral, e nas unidades de ensino – as escolas e universidades.

Analisando o texto pude verificar que a democracia a qual deve ser a melhor a ser utilizada nas escolas, pois beneficiaria muito a comunidade, seria a Liberal Participativa, mas a mesma deveria levar em conta sob alguns aspectos, que também é necessária à experiência, o currículo com formação especializada principalmente na gestão escolar. Também temos de ter muito cuidado, com a manipulação, isto é, muitas vezes estamos querendo algo (votando um projeto), que não é assim tão importante para a escola ou para a comunidade como um todo, e isto nos transforma em massa de manobra de políticos representativos, os quais ganham votos utilizando-se deste critério.

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