domingo, 24 de agosto de 2008

A DEMOCRACIA NA EDUCAÇÃO - EM GRAVATAÍ.


No dia 27 de julho deste ano, ao completar meus 23 anos de casado, participamos, eu e minha esposa, de vestibular. Eu prestei concurso para Licenciatura em Matemática e ela prestou para Licenciatura em Artes Visuais. Nós dois fomos bem, passamos no vestibular, eu pela segunda vez, já que estou cursando este curso de Pedagogia na UFRGS, o qual está me fazendo muito feliz. Mesmo que eu quisesse cursar este outro curso, eu não poderia, pois, está escrito no edital relativo ao mesmo que a pessoa deve ser professor (a), ministrando aula em escola pública, o que já não estou fazendo.

Atualmente estou trabalhando no setor de obras da prefeitura de Gravataí, como encarregado de equipe, cargo que executo da melhor maneira possível, pois, é assim que executo qualquer tarefa que me proponho a executar, todo o trabalho é digno, indigno é vender-se para ocupar qualquer cargo. Já que não posso estar em sala de aula, por questões puramente políticas, estou aprendendo, analisando diariamente a política da prestação de serviços de nossa cidade. Graças a Deus, que nem todas as pessoas, pensam igual ao atual Secretário de Educação de nosso município, caso contrário eu estaria desempregado, mesmo com toda a qualificação adquirida no passar dos anos. Esta é a política, ou você é do partido tal, ou não há espaço para você na sala de aula. Quem sabe isto não mudará algum dia, independente do partido que vencer as próximas eleições. São dois vestibulares, os dois em universidades federais, é, eu devo ser muito incapaz de entender ou de ensinar alguém. No último semestre, o meu maior conceito foi “A” e o meu menor conceito também foi “A”, no magistério fui um dos primeiros alunos no turno da noite, tudo para me qualificar, e depois de certo tempo ficar fora da sala de aula, agora eu aprendi, quando quiser um emprego nesta cidade, em sala de aula, vou enviar o meu número de inscrição no PT, e talvez o atual Senhor Secretário de Educação me deixe lecionar em alguma das inúmeras escolas públicas municipais, só que isto vai demorar, pois, não pretendo fazer nada que não vá me orgulhar depois, só para alegrar quem não merece, não sou vendido, não me ponho preço, não aceito ameaças, não me curvo à corrupção. Respeito o direito dos outros e gostaria de ter o meu direito junto ao de vários pais de família que gostariam que seus filhos estudassem com alguém que gosta de lecionar, respeitado, quero muito que o Sr. Daniel Bordignon ganhe as eleições, se ele puder concorrer, pois, assim como este amigo que me conseguiu este cargo que estou ocupando com muito carinho, ele deve entender os meus princípios políticos, éticos e morais. Quem souber por onde anda a Democracia, favor me enviar e-mail, eu preciso vê-la com urgência.

http://w3.ufsm.br/coperves/Classificados_2008_REGESD.pdf

ANALISANDO O TEXTO - GESTÃO DEMOCRÁTICA NA E DA EDUCAÇÃO: CONCEPÇÕES E VIVÊNCIAS.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS)

FACULDADE DE EDUCAÇÃO


Analise do texto: Gestão Democrática na e da Educação: Concepções e Vivências.

(Isabel Letícia Pedroso de Medeiros – Maria Beatriz Luce). Analise de Marcos S. Martins.

Segundo o reconhecido intelectual português, Boaventura de Souza Santos (2002), existem dois tipos de democracia no mundo ocidental, a Liberal e a Socialista ou Marxista.

Na democracia liberal, uma elite política comanda a massa, pois considera que para assumir cargos políticos existe a necessidade de especialistas, principalmente nos processos administrativos, esta parte da democracia liberal é denominada de Representativa, onde a elite governa em nome de um todo idealmente homogêneo e de um suposto consenso.

O segundo tipo de democracia liberal é a de democracia participativa e popular. Esta democracia é inclusiva, permite direitos iguais a pobres e ricos, não distingue raça, sexo, deficiência. Sua concepção é baseada na convivência humana, a qual deve ser mediada por uma “gramática democrática”, a qual provoca rupturas positivas e indeterminações, através do exercício coletivo e participativo do poder político.

Para Bordenave (1994, p.8): “Democracia é um estado de participação”, isto é: aquela em que os cidadãos, ao sentirem-se fazendo parte de uma nação ou grupo social, têm parte real na sua condução e por isso tomam parte na infindável construção de uma nova sociedade da qual se sente parte. A comunidade participa das decisões, vivenciando a tomada das mesmas, fazendo política junto aos seus representantes, buscando seus direitos através do voto, sendo assim, entendemos a participação como uma necessidade humana e como um elemento primordial da vida política contemporânea.

Contudo existem “participações” e “participações”. Conforme Popkewitz (1997), pois às vezes sem se perceber, a sociedade (os cidadãos), estão sendo utilizados como massa de manobra, pensando estar votando algo, quando estão fazendo a vontade de grupos políticos, servindo ao interesse da elite. As regulamentações e interpretações administrativas que parecem surgir de ninguém, mas que têm sua elaboração centralizada no governo ou em determinado setor da sociedade. Neste caso, São utilizadas e estratégias de controle, regulação e convencimento que acabam por produzir confinamento da democracia a uma prática que não questiona quem delibera, mas sim, conforma-se com a aplicação e fiscalização das deliberações.

Para Demo (1999), é através da participação que a promoção pode se tornar autopromoção, projeto próprio, co-gestão. Já que dentre muitas propostas de participação, principalmente nas iniciativas de governo, encontramos processos camuflados e sutis de controle e repressão. Para que isso não ocorra, os governos devem ter uma diligente autovigilância, coibindo sua tendência controladora.

Nas escolas podem-se praticar as distintas formas de participação, de democracia; logo se pode promover ou restringir a inserção dos indivíduos em espaços sociais além dos que lhes seriam “previstos ou autorizados”.

No discurso pedagógico, a “gestão democrática da educação”, está associada ao estabelecimento de mecanismos institucionais e à organização de ações que desencadeiem processos de participação social: na formulação de políticas educacionais; na determinação de objetivos e fins da educação; no planejamento; nas tomadas de decisão; na definição sobre alocação de recursos e necessidades de investimento; na execução das deliberações; nos momentos de avaliação. Esses processos devem garantir e mobilizar a presença dos diferentes atores envolvidos nesse campo, no que se refere aos sistemas, de um modo geral, e nas unidades de ensino – as escolas e universidades.

Analisando o texto pude verificar que a democracia a qual deve ser a melhor a ser utilizada nas escolas, pois beneficiaria muito a comunidade, seria a Liberal Participativa, mas a mesma deveria levar em conta sob alguns aspectos, que também é necessária à experiência, o currículo com formação especializada principalmente na gestão escolar. Também temos de ter muito cuidado, com a manipulação, isto é, muitas vezes estamos querendo algo (votando um projeto), que não é assim tão importante para a escola ou para a comunidade como um todo, e isto nos transforma em massa de manobra de políticos representativos, os quais ganham votos utilizando-se deste critério.