quinta-feira, 6 de novembro de 2008

O TRABALHO DOCENTE

Leia o texto de Maurice Tardif “O trabalho docente, a pedagogia e o ensino”.
- Reflita sobre as afirmações do autor, acima.
- Responda no teu webfolio, da disciplina: Concordas com as afirmações do autor? Argumenta a tua posição com um exemplo retirado do teu cotidiano.



Não posso concordar ou discordar do que o autor descreve em seu texto, tudo me parece muito mais descrito em sentido de pesquisa, lógico que neste contexto em alguns momentos tudo parece fazer sentido, ou seja estar dentro daquilo que eu sinto nesta profissão do que seja exercê-la em sua plenitude, quando entendi que o autor acredita que o professor deve demonstrar conhecimento teórico mais também procurar argumentação prática para que ocorra uma aprendizagem consistente. Afinal corremos o risco de transformarmos nossas pesquisas em algo abstrato, o que dificulta o entendimento de nosso trabalho perante o aluno. Estamos de acordo, principalmente na parte em que o autor sita que um professor é um “trabalhador interativo” (Cherradi, 1990; Maheu, 1996), já que não existe aprendizagem sem que o professor se doe por inteiro, interagindo com o seu público alvo, o aluno.
Não consigo me ver em sala de aula há não ser como um orientador, aquele que orienta o aluno na maneira como este deve proceder para melhor desempenhar suas atividades junto ao grupo. Existem diversas metodologias para se desenvolver atividades com os diferentes grupos de alunos, mas devemos sempre procurar conhecer este individuo (o aluno), para depois procurarmos executar tecnicamente a melhor metodologia para facilitar a sua aprendizagem. Um exemplo que pode ser utilizado neste caso, são os jogos, alguns professores acreditam que com os jogos, conseguem fazer com que seus alunos sejam estimulados a demonstrar conhecimento enquanto competem entre si, isto pode até acontecer em alguns casos, mas temos de pensar se todos os alunos estão tendo as mesmas chances, se as condições de cada aluno são realmente parecidas, para que ocorra justiça na hora da avaliação. Também temos de pensar no lado psicológico desta metodologia, o aluno que está correspondendo plenamente pode achar que já sabe tudo e desta forma não precisa estudar mais, bem como pode começar a menosprezar seus colegas fazendo com que se sintam desmotivados para a aula, causando inclusive discussão entre alunos de uma mesma turma. Tudo isto sem contarmos com os alunos que não conseguiram demonstrar aprendizagem plena durante a realização de determinado tipo de jogo, este aluno pode sentir-se inferiorizado perante os demais, e qualquer trauma pode retirar deste individuo a vontade de aprender. Por isso antes de se aplicar qualquer tipo de metodologia, temos de conhecer a turma seja por individuo, seja por grupo, ajudando aqueles com maiores dificuldades, visto que vieram de escolas onde não conseguiram chegar ao nível esperado para a idade, ou até por problemas familiares ou psíquicos que os inibam de aprender ao mesmo tempo em que os demais. É necessário o respeito pelo individuo, bem como, pelo tempo que cada um leva para entender ou desenvolver a atividade solicitada. O aluno vem em busca do conhecimento, trazendo dentro de si experiências diversas, nos cabe enquanto orientadores, observarmos que tipo de experiência este aluno está trazendo e como utilizá-la a favor deste em sala de aula. Também não podemos nos furtar da responsabilidade em desenvolver um ótimo trabalho devido à falta de condições financeiras da instituição. O professor tem de saber utilizar os meios que dispões, bem como sua criatividade para transpor barreiras, às vezes é até melhor que a escola não possua assim tantas coisas materiais caras, para que o professor tenha chance de construir com os alunos o que necessita para trabalhar com os mesmos, por exemplo: podemos montar brinquedos com madeira, garrafas de peti ou outros materiais recicláveis, esta interação onde temos de utilizar a prática e a teoria ao mesmo tempo, gera vários momentos onde a aprendizagem está acontecendo, ao mesmo tempo em que une o grupo e o faz pensar em uma infinidade de projetos a favor do ensino, que torna mais fácil ao professor a orientação e a forma de avaliação de seu aluno seja no lado afetivo, cognitivo ou físico, o que facilita muito no rendimento escolar.

Havia em uma turma de alunos, um menino que não conversava com os demais, ele ficava olhando para os outros brincando no recreio e não queria brincar com ninguém. Certo dia pedi para que todos os alunos levassem algum brinquedo para a sala de aula, com o propósito de ver o tipo de brinquedo que mais gostavam, bem como, a maneira que iriam se comportar ao dividir o brinquedo entre a turma. O referido aluno não trouxe nenhum brinquedo e eu senti por parte da turma uma certa repudia em relação a ele, que disse não querer brincar. Chamei-o para um canto da sala e disse a ele: vamos montar o nosso brinquedo, já que eu também não trouxe nenhum. Neste instante peguei duas garrafas peti, pedi há alguns alunos um pedaço de varal, uma tesoura e juntos eu e este aluno, fizemos um vai e vem. Enquanto construíamos o brinquedo, ele começou a sorrir, depois que o brinquedo ficou pronto nós brincamos juntos e ele sorria o tempo todo, outras crianças vieram brincar com ele e ele ensinava cada colega a maneira correta de segurar as pontas das cordas, para não se machucar ou estragar o brinquedo. A partir daquele dia o aluno já demonstrou melhora em seu relacionamento com os demais colegas. Passados alguns dias, a sua mãe veio acompanhando-o até a escola, para conversar comigo. Quase chorando ela me disse: meu esposo faleceu há mais ou menos seis meses, achei que o meu filho nunca superaria este trauma, graças ao senhor ele superou. Eu havia solicitado aos alunos que escrevessem uma historia sobre os brinquedos utilizados por eles em sala de aula. Este aluno disse que o brinquedo feito em sala de aula, foi o mais legal que já havia feito e que dedicou o mesmo ao seu pai e ao seu professor Marcos.
Quando se observa o aluno, consegue-se saber que muitas vezes não basta apenas aquele método para se desenvolver com o grupo e pronto, tudo está resolvido. Temos de observar o individuo para inseri-lo no grupo, para que o mesmo tenha chance de acompanhar aos demais de maneira mais concisa e isto irá facilitar o trabalho de todos, afinal cada aluno é um ser humano em formação, precisando de um orientador para conseguir chegar no patamar almejado através dos estudos.
Não existe salário que pague o sabor que se tem ao presenciar um aluno vencendo um obstáculo, a pedagogia me dá subsídios para que eu continue me aprimorando, mas mesmo depois de formado eu jamais irei parar de pesquisar, procurar transmitir seja do jeito que for o conhecimento aos meus alunos, deles depende o amanhã, mas é minha responsabilidade auxiliá-los a fazer melhor o que pretendem fazer em suas vidas no futuro. Quem ajuda o aluno, está ajudando a humanidade.