quarta-feira, 21 de outubro de 2009

PLANEJAMENTO DE AULA E SUA IMPORTÂNCIA.

A aula presencial de ontem, foi muito reflexiva, principalmente em se tratando de planos de aula, ou diário do professor. Ocorre que quando cursamos o magistério, estes planos de aula nos foram cobrados, tanto na disciplina de Didática Geral, tanto na de Estrutura, depois, já no estágio, tanto o Projeto de aprendizagem, tanto os planos de aula foram cobrados através de supervisão realizada por pessoa capacitada, designada pela instituição onde realizamos o curso de magistério. Se esta metodologia de organização, não fosse tão importante, não seria tão cobrada desde o curso de magistério.
Ocorreu comigo, e ocorre com vários professores, quando cheguei na escola para ministrar aula, um dos primeiros comentários que ouvi foi, ele é estagiário, não notaram pelo caderno com os planos de aula que ele carrega. Realmente eu carregava um caderno, com todos os conteúdos que ministraria em sala de aula, mais alguns recursos que não cabiam no caderno, tais como, cartazes, etc., e isto me fazia sentir bem, pois, eu conseguia saber o desempenho dos alunos após a aula, quando da anotação da ação-reflexão-ação.
Para a maioria dos professores, deixar de fazer tal caderno, significa mostrar superioridade, é como se soltasse às amarras que possuía com o curso de magistério, passasse a demonstrar mais experiência perante os novos, que chegassem para ministrar aulas em suas escolas. Para mim, o tal caderno de plano de aulas, é justamente o oposto, é a maneira de me manter ligado a um dos momentos mais importantes da minha vida, o curso de magistério, onde aprendi a dar maior importância sobre a organização, principalmente na hora de desempenhar a função de professor. Quantas vezes presenciei a falta de professores em sala de aula, e na hora da entrada do professor substituto, este tinha de valer-se, dos cadernos dos alunos para tentar dar continuidade ao trabalho do colega, que não estava utilizando o plano de aula, ou plano de unidade, não importa o nome, o importante é que estas pessoas não estavam demonstrando comprometimento com as metodologias aprendidas no curso de magistério.
A Tutora Cristiane nos fez um relato na noite de ontem, que demonstra bem, o que acontece com o professor, que não utiliza o plano de aula, ele termina caminhando em círculos, ou seja, fica perdido, sem rumo. No início ele pode até conseguir ministrar suas aulas relativamente bem, mas, com o passar do tempo, ele acaba tornando-se repetitivo, sem conteúdo, cansativo, perdendo-se até no que está falando, e os alunos notam isto e terminam tomando conta da aula, pois, o próprio professor já não está mais motivado para a mesma, já que não se preocupa se quer, em pesquisar algo novo para debater com os alunos, pois, não sabe como registrar ou utilizar isto em sua metodologia.
Muitos professores querem continuar com o plano de aula, mas devido a fatores econômicos, assumem mais de um turno de trabalho, geralmente com turmas diferentes e isto os prejudica. Suponhamos que o professor estava desenvolvendo atividades no turno da manhã, com uma turma de 2ª série, mas conseguiu dobrar seu horário para 40 horas, só que a tarde deverá ministrar aulas para uma 4ª série, são duas turmas distintas. No início, o professor tenta continuar fazendo o plano de aulas nos dois turnos, depois, acaba optando por fazê-lo para apenas um, pois, cansa muito, ele não ganha o suficiente, tem os filhos para olhar e não pode mais conviver com a família devido ao plano, em fim uma série de desculpas para fazer apenas um plano. Passado algum tempo, o mesmo professor também desiste de realizar o outro plano, e novas desculpas são dadas para este fato, tem muitas avaliações para corrigir, tem de colocar o caderno de chamadas em ordem, já registro alguma coisa no caderno de chamadas, a supervisora da escola já está satisfeita, não sou mais estagiária, pra que utilizar este trabalho a mais, isto é para o novato, e assim por diante. Neste instante o professor acaba de romper um pouco da barreira com o seu curso, tão importante, o magistério, em busca de conforto, o qual parece existir, pois, diminuiu um pouco de seu trabalho, ao menos aparentemente. Por sua vez, os alunos que não são bobos, notam que o professor, começa a utilizar mais os livros, afinal ele precisa preencher o tempo com alguma coisa na sala de aula, neste instante as conversas em sala se tornam mais comuns, porque copiar textos e mais textos, agora, se posso conversar com o colega e depois em casa copiar, as aulas começam a ficar mais chatas, angustiantes, o professor começa a deixar os alunos sem recreio, pois estes se negam a copiar os conteúdos dos livros. Os alunos por sua vez, querem conversar sobre novidades, coisas gostosas, curiosidades que viram em determinados locais, e poderiam com certeza ser utilizada em sala de aula, como forma de motivação, levando o aluno a aprender de forma muito mais salutar, mas o seu professor, não está conseguindo desempenhar bem suas funções, pois, está trabalhando as tais 40 horas, está cansado, são duas turmas diferentes, mais avaliações para corrigir, mais reuniões pedagógicas, mais reuniões com os pais, mais problemas com indisciplina, a cabeça do tal professor está atordoada com tanta coisa, ele não vê a saída para o seu problema, o qual tende a piorar. Na realidade tanto o professor, como os alunos estão chegando ao seu limite, por pura falta de organização, de busca de alternativas, ou retorno às origens, ou quem sabe, ao velho plano de aula, aquele que aparentemente dava mais trabalho, mas que deixava o professor dormir tranqüilo, pois já tinha tudo planejado para o dia seguinte, e ainda podia acrescentar mais alguma novidade, pois, o plano é flexível e se o assunto render aprendizagem porque não aproveitar.
O que estou presenciando a cada dia, é que muitas pessoas não querem olhar para trás, ficam com medo de assumir o equivoco cometido, quando do abandono do plano de aula, mas, agora estão na universidade, em curso voltado para a mesma área, onde está sendo cobrado o tal plano de aula novamente, e pra piorar as coisas, terão de realizar o tal estagio, onde a supervisora instituída pela UFRGS, cobrará o tal planejamento, bem como, a maneira como estará sendo desenvolvido em sala de aula. Neste período, o professor poderá avaliar novamente a importância deste material de trabalho em sala de aula, observando que quem está ganhando são os dois lados, o professor porque tem sempre algo novo para dividir com os alunos, os alunos porque não têm que ficar copiando textos de livros, bem como, podem utilizar momentos lúdicos onde todos aprendem, desde que bem organizados e com praticas que causem a aprendizagem. Quem sabe, estes colegas não vejam o quanto é bom retornar ao estágio, pois estão na realidade tendo uma chance de rever alguns conceitos e sair de verdade da mesmice, já que esta é causada justamente por aqueles, que se acham experientes a tal ponto de largarem de mão o tal plano de aula, sem considerarem que este também é o inicio para largarem de mão os seus alunos e toda a aprendizagem que estes merecem, em um ambiente sadio, prazeroso e motivador.
Ontem, uma colega disse para a tutora Cristiane, que mesmo não utilizando o plano de aula, o qual julga desnecessário, ela consegue fazer reflexões sobre o andamento dos alunos. A tutora rebateu dizendo, mas todos nós professores refletimos, até enquanto estamos dormindo, nos preocupamos com os alunos, mas fica mais fácil encontrar a solução, quando nos organizamos ou nos programamos para ministrar a aula, por isso é importante a utilização do plano de aula.

O plano de aula, para ser consistente, deve ser baseado em um projeto, o qual deve possuir uma temática que seja de interesse daquela comunidade escolar, este projeto sim terá um dia para iniciar e um dia aproximado para terminar, sua culminância.

Um plano de aula bem elaborado necessita ao menos:

Cabeçalho com o nome da escola e o número da classe ou turma;
1. Data;
2. Série;
3. Temática – aquela do projeto;
4. Disciplinas / conteúdos;
5. Objetivos Específicos das Atividades do Dia;
6. Procedimentos;
Recursos e Técnicas.
7.Desenvolvimento;
Onde consta tudo o que ocorreu em sala de aula.
8. Ação-Reflexão-Ação.
Onde o professor avalia como foi o seu dia, qual o aluno, que não entendeu bem o que foi ministrado, para possível mudança de estratégia, utilizando outras técnicas, bem como, outros recursos, etc, sempre pensando na aprendizagem.

Existem maneiras diferentes de se fazer planos de aula, bem como, alguns professores mais antigos, fazem planos de unidade, mas o que importa é que todos procurem ao menos organizar o plano de maneira a demonstrar organização e equilíbrio com a série, bem como com respeito às habilidades dos alunos, pois, alguns podem possuir algum tipo de deficiência e isto deve ser sempre levado em consideração, quando na elaboração do mesmo.

Pense nisso quando estiver em sala de aula, e não julgue o colega, menos experiente, devido ao caderno que ele carrega, onde trás os tais planos de aula, os que ele ministrou ontem, ou hoje, mas que terão conseqüências benéficas no amanhã.