sábado, 24 de novembro de 2007

ENCONTRO INTERNACIONAL EDUCAÇÃO

Outro fator que está dificultando na minha maneira de ver a organização e a busca de crescimento nas escolas públicas deve-se ao fato de que uma mesma diretora é responsável pelos dois ou três turnos de aula nestas escolas. Ocorre que as professoras depois de eleitas assumem todo o problema da escola para si. Qualquer assunto deve chegar ao ouvido de uma mesma pessoa, que vai juntando-os dentro de si, ocasionando um estresse elevado, que causará perda na qualidade de ensino, bem como falta de organização a partir da direção da escola. Não pensem que a pessoa que está no cargo de vice-diretora, seja no turno que for, irá fazer o serviço designado à diretora, afinal quem tem que assumir na verdade este papel é a titular, e nem sempre temos vice – diretoras capazes para realizar com esmero seus serviços.
Acredito que se houvesse uma diretora titular para cada turno, fazendo constar na direção geral da escola, os nomes de todas as diretoras, melhoraria bastante o desenvolvimento escolar, pois cada diretora agiria independente em seu turno, seguindo os mesmos critérios designados pelo órgão competente para o cargo de diretor de escola. Apenas em casos ligados à manutenção e conservação do patrimônio, as (os) três diretoras (es), se reuniriam para assinar juntas as prioridades relacionadas à instituição. Desta forma aquelas frases tão ouvidas hoje perderiam o sentido, “eu não posso fazer nada, sou uma só para tudo, minha vice tem medo de assumir responsabilidade, nem pode, eu assumo tudo seja a hora que for, manhã tarde ou noite, inclusive atividades de final de semana, assim não consigo fazer melhor, sou humana”.

Estas são as minhas sugestões buscando a melhoria do ensino em nosso país.

ENCONTRO INTERNACIONAL EDUCAÇÃO

Certa vez em uma escola estadual, um diretor ousou fazer com que as quartas séries tivessem três professores, todos de currículo, cada um ministrando três disciplinas, desta forma os alunos estavam sendo preparados para a etapa seguinte, a quinta série, com responsabilidade de assumir um papel com maior grau de dificuldade, mas com conhecimento pratico o bastante para se acostumar com a mudança de maneira mais facilitada por parte dos alunos. Já por parte das professoras de currículo, com as quais tive a oportunidade de conversar sobre a experiência, todas disseram ter gostado deste período, pois ministrando menos disciplinas, conseguiam priorizar a qualidade dos conteúdos, técnicas e metodologias empregadas nas disciplinas ministradas por elas. Ganhava o aluno, pois, além de aprender com maior qualidade, ainda tinha a oportunidade de ir se acostumando com a mudança futura, trabalhar com vários professores e com a definição do tempo de duração da aula em períodos disciplinares. Mas apesar de haver funcionado, a escola não pode continuar com o projeto, pois não estava de acordo com as normas da SEC, dá pra imaginar? A frase da mídia para certos tipos de atitudes nos dias atuais é: está na hora de rever seus conceitos. Por favor, vamos pensar mais no aluno, de utopia estou farto, ouvia certas coisas que minha professora dizia, ouvi as mesmas coisas das professoras de meus filhos, hoje escuto as mesmas coisas dos colegas professores. Vamos melhorar a educação, isto tem de partir de nós professores, não com greves que prejudicam o aluno, mas com uma atitude significativa, melhorando a qualidade de ensino, nos orgulhando de sermos professores. Já tive a chance de observar colegas com vergonha de dizerem que são professores (as), isto me deixa tão triste, pensar que estudaram tanto, se esforçaram tanto e agora não sabem o porque estão nesta profissão. Falem mal de mim, digam que estou errado, provem pra mim que querem melhorar a educação, parem de usar a sala de aula como cabide político, de cargos e salários, demonstrem aptidão para lecionar, façam seus alunos e os pais destes se orgulharem ao dizer: meus filhos possuem ótimas (os) professoras (es), é tudo que eu quero ouvir, mas sem confundir amizade com profissionalismo, quero ver o aluno aprendendo de fato.
Meus patrões são os alunos, quero ver alguém ministrar aula para as paredes. Pelo bem estar dos alunos, eu faço qualquer coisa, não me importo pelo resto, se um diretor (a), não pensa deste jeito, não pode entender como eu penso e o que sinto ao ver tanta injustiça nas escolas. Não é encarando aluno e ordenando que se cale, que vamos conseguir respeito perante qualquer ser humano, não gosto de ser chamado para ministrar aula para os grandes, devido a minha altura ou cara feia, mas sim pela minha capacidade de orientar os alunos, colocando a profissão em primeiro lugar.

ENCONTRO INTERNACIONAL EDUCAÇÃO

No momento estou observando que devido aos baixos vencimentos, muitos professores tentam trabalhar mais do que realmente podem agüentar. Vejo professores ministrando aula para primeira série do ensino fundamental pela manhã, e desenvolvendo trabalho com 4ª série à tarde, séries bem diferentes na pratica, o que leva o professor a trabalhar não por dois, mais até por três, e quem sai perdendo com esse método? O professor que não consegue conciliar de maneira satisfatória suas atividades, os alunos que não conseguem ter um professor concentrado e devidamente preparado material e psicologicamente para ministrar suas aulas com a qualidade desejada.
O professor tem que parar de falar em limites aos seus alunos, se ele mesmo não respeita os seus limites, e desrespeitando estes limites, está desrespeitando o aluno e tudo aquilo pelo que deve ser a sua luta, a dignidade de poder dizer, eu sou um ótimo professor, ainda não ouvi esta frase de nenhum colega que se sujeite a trabalhar desta forma, pois nenhum destes consegue dizer tal mensagem para si mesmo, seguem tentando explicar o porque de um trabalho improdutivo, as desculpas são muitas, a principal é a falta de poder aquisitivo, as dívidas contraídas e que têm de ser saudadas, não importando se a vida pessoal e profissional futura de seu aluno pode estar sendo abalada por isto, que muitos qualificam como detalhes da vida moderna, mudanças obrigatórias à adequação de salário.
Quando um motorista profissional dirige mais horas do que pode agüentar, um dia alguma coisa o faz ver que estava errado, infelizmente quando isto acontece, já é tarde, pois o acidente foi segundo este inevitável, mas os professores em sala de aula ficam contra estes motoristas, aonde já se viu pensar tanto em dinheiro, dirigir em alta velocidade, deixar de dormir para pegar a estrada novamente. Mas e os professores, quando corrigem de maneira insatisfatória os trabalhos de seus alunos, também não estarão praticando um ato irresponsável para com os mesmos? Será que causar dano a uma pessoa é somente machucar esta pessoa fisicamente? O dano moral, também pode fazer esta pessoa crescer com desajuste, se obrigando e aceitando o fato de ser um motorista sem tempo para raciocinar, mas com todo o tempo do mundo para prejudicar outras pessoas.
Gostaria que os professores trabalhassem apenas suas 20 horas, mas sei das dificuldades de muitos, porém não concordo com o fato de uma secretaria apoiar tal fato, ao menos façam uma revisão a respeito, se a pessoa está lecionando para a primeira série do ensino fundamental, que ela então dobre seu horário, ministrando aula para uma outra primeira série do ensino fundamental, e assim sucessivamente, pois os planos de aula poderão ser seguidos de maneira mais coesa facilitando ao professor na hora de corrigir as avaliações, bem como na hora de orientar aos seus alunos em sala de aula.

ENCONTRO INTERNACIONAL EDUCAÇÃO.

No Encontro Internacional da Educação, pude verificar quantos professores e pessoas de outras áreas além da Educação, como acontece com a área da Saúde, por exemplo, estão preocupadas com a humanização nos locais de trabalho. No entanto não podemos nos esquecer que humanizar, não significa desorganizar, a humanização deve acontecer de maneira consciente, privilegiando sempre a qualidade de atendimento seja na área que for. Nós seres humanos somente conseguiremos crescer com organização, objetivos e metas bem definidas. Do contrário, cada um puxará para um lado e nós não conseguiremos chegar a lugar algum. Devemos buscar sempre o dialogo, mas também devemos buscar o trabalho com convicção, com vontade, não voltado apenas para o valor material, afinal escolhemos a área de humanas para prestar serviço, então devemos nos preocupar primeiramente com o individuo com o qual mantemos contato todos os dias, fazendo com que recebam o melhor tratamento possível, sempre dedicando nosso tempo presente ao futuro destes, que melhorando, fará com que o nosso também melhore, uma coisa leva a outra, o salário digno será conquistado com profissionais dignos para este salário.