sábado, 1 de dezembro de 2007

ARTES VISUAIS

No passeio pelo museu de obras de artes Santander Cultural, tive a honra de apreciar as obras de arte de Jorge Macchi, argentino de renome internacional, jovem com propostas inovadoras, desafiantes, atuais, unindo tecnologia, sons, imagens gravadas em vídeo, luminosidade, tudo de forma harmoniosa, fazendo com que mais uma vez o ser humano se dê conta de que nem tudo que parece é, o que está parecendo ser, digo isto baseado em uma de suas obras, Still Song (Canção suspensa), onde ao observarmos sua imagem gravada em foto, me deu a impressão de tratar-se da tentativa de demonstrar uma fruta por dentro, com seu miolo e suas sementes, mas ao aproximar-me e adentrar no espaço relativo a obra, pude observar tratar-se de algo totalmente diferente, acredito que não posso mais pensar da mesma maneira sobre obras de arte, não posso me arriscar a opinar sobre o que representa tal imagem, seja ela qual for, ficou claro que somente quem visita o museu, pode ter a real dimensão do significado de uma obra de arte. Sem contar que sem comparecer ao museu, eu não teria a oportunidade de ouvir os sons relacionados por Jorge Macchi em algumas de suas obras, foi um momento único, de um prazer muito grande, de uma alegria maior ainda. Acredito que todos (as), colegas que foram, ficaram maravilhados com o espetáculo de imagens e sons observados em um mesmo local.
Tudo o que vi naquele espaço, pode e deve ser trabalhado com as crianças, pois trás algo de muito motivador, desafiador, as texturas, as aparências, as luzes, as sombras, as formas, os materiais empregados, a forma de utilização destes materiais, tudo com certeza fascina a quem observa as obras, é como se várias coisas estivessem ocorrendo em um mesmo local ao mesmo tempo, chega a desafiar a lei da física, quando coloca os carros sem sons, passando em uma rodovia, como se estivessem sendo vistos através de uma janela, onde a acústica perfeita separasse o som poluidor da cidade, do som de uma música clássica relaxante, gostosa de ser ouvida. Um contraste nunca antes observado por mim, não da mesma maneira, com aquela amplitude, acredito que tenha sido isto que me fez imaginar, os alunos naquele local apreciando tudo aquilo. Mas ao mesmo tempo eu pensei, pra que trazer os alunos até aqui, seria ótimo, mas caso não consiga, posso também reinventar um espaço parecido, afinal como descrevi antes, os materiais empregados são fáceis de serem encontrados, claro que não haveria espaço para desenvolver tantas obras, mas aquelas com profundidade, até que seria possível uma releitura, fazendo com que os alunos participassem em sua confecção, seria algo muito dinâmico, onde utilizaríamos vários recursos, dentro de um contexto único, desvendar os mistérios da arte de Jorge Macchi, ao menos de algumas delas. Eu teria a chance de ver o que os alunos imaginariam enquanto estavam fazendo tal obra, vamos imaginar que eu solicitasse a eles, que entrassem em uma caixa de papelão bem grande, com uns dois metros de altura por três de largura em suas laterais, formando um grande quadrado. A caixa estaria forrada por dentro com papel branco, e eu pediria aos alunos que pegassem tesouras e fizessem buracos nas paredes da referida caixa, o que eles imaginariam enquanto furavam a caixa. Após eu pediria a eles que me ajudassem a instalar uma lâmpada no interior da caixa. Qual seria o pensamento dos alunos, ao ver a claridade causada pela lâmpada dentro da tal caixa, e se eu colocasse para tocar, um CD de música clássica junto a tudo isto, qual o impacto que causaria, e se eu os impedisse de tocar nas paredes, como forma de imaginar o toque das texturas, como eles descreveriam esta sensação? Estaríamos trabalhando com matemática, ciências, artes visuais, literatura, e eu poderia solicitar que escrevessem uma redação sobre o que acharam da experiência vivenciada através da releitura de tais obras, trabalhando também a língua portuguesa.

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